quinta-feira, 18 abril 2024
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A Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP, face aos estragos provocados pelo temporal

A Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP, face aos estragos provocados pelo temporal de 18 e 19 Janeiro que atingiu várias zonas do distrito, contactou, conjuntamente com deputados do PCP na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, agricultores, empresários, direcções de colectividades, escolas e populações a fim de recolher testemunhos e conhecer a real dimensão dos estragos de molde a poder apresentar propostas adequadas às circunstâncias junto do governo, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu para que sejam rapidamente disponibilizados apoios para todos os afectados por esta intempérie.

A tempestade devastou produções agropecuárias e florestais, danificou fortemente a rede eléctrica e instalações de várias empresas industriais e comerciais, de associações, instituições de solidariedade e habitações e paralisou sistemas de abastecimento público de água e de telecomunicações fixas e móveis, nalguns casos durante mais de uma semana.

Pese embora já terem decorrido mais duas semanas, há problemas que persistem para uma parte significativa das populações, agricultores, produtores florestais e outros das áreas mais afectadas que, com prejuízos tremendos e em muitos casos vivendo já com dificuldades imensas, estão agora ainda mais fragilizados.

Face à falta de resposta da REN e da EDP, seis dias após o temporal, nos concelhos de Leiria e Pombal ainda estavam sem energia eléctrica escolas, centros de saúde, lares e centros de dia, estabelecimentos comerciais e industriais, farmácias, igrejas, correios, quartéis de bombeiros, bancos, restaurantes e milhares de habitações, atingindo 20 mil pessoas.

O inenarrável processo para restabelecimento do abastecimento da energia eléctrica demonstrou que com a privatização da EDP, apesar dos milhões de euros de lucro anuais, e a colocação da REN ao serviço dos monopólios da distribuição, as populações saíram a perder. Estas empresas hoje não servem as populações e a economia nacional antes estão direccionadas para canalizar rendimentos para os accionistas e os especuladores.

Várias sedes de freguesia tiveram sem electricidade e sem informação para responder às perguntas das populações.

Quando o governo PSD/CDS conduz o maior ataque de sempre ao poder local democrático, a tempestade provou que as freguesias, mesmo quando ficaram sem energia e comunicações, são instrumentos essenciais para a defesa dos interesses das populações e deveriam ser reforçadas na sua capacidade de intervenção, na sua dimensão democrática e de proximidade e não devem ser extintas. 

O papel e actuação dos Bombeiros Voluntários deixou claro, mais uma vez, a sua capacidade insubstituível na resposta a situações de emergência e socorro às populações. Neste sentido é importante inverter as opções políticas inaceitáveis dos últimos governos no que toca a reduções de apoios às corporações, alteração de regras de transporte de doentes e alterações legislativas desligadas da realidade que prejudicam a capacidade operacional das corporações e põem em causa a sua estabilidade económica e financeira.  

A DORLEI do PCP enaltece o papel das populações que responderam com muita determinação e espírito de solidariedade à necessidade de limpar, minimizar e reparar estragos diversos, nomeadamente em habitações, escolas, colectividades, instalações desportivas, vias impedidas e lixo espalhado em estradas, valetas e cursos de água. 

A DORLEI do PCP considera que a tempestade pôs a nu alguns problemas estruturais do distrito de Leiria, que tenderão a agravar-se caso as políticas do actual governo prossigam a sua ofensiva contra os trabalhadores, o poder local, o povo e o país.

O PCP através dos seus deputados na Assembleia da Republica e no Parlamento Europeu tudo fará para que sejam disponibilizadas medidas de apoio para a reabilitação das explorações agrícolas afectadas, incluindo estufas, e das redes hídrica e eléctrica destruídas, incluindo a realização de obras de consolidação das zonas envolventes indispensáveis à segurança das populações e o lançamento de medidas urgentes do governo de apoio a toda a região.

Leiria, 31 Janeiro 2013.

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Comunicado da Comissão Concelhia de Leiria do PCP

Comunicado da Comissão Concelhia de Leiria do PCP sobre a situação política, económica e social do concelho
 
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A Comissão Concelhia de Leiria do PCP vem saudar os trabalhadores do concelho, do sector público administrativo e dos setores empresariais, que, com coragem, sacrifício e um elevado sentido de responsabilidade, contribuíram para a grande greve geral do passado dia 14 de Novembro – uma das maiores de sempre em Portugal e em Leiria –, dando assim um salto qualitativo na luta dos trabalhadores e do povo contra as políticas de direita e o pacto de agressão das troikas nacional e estrangeira e pela construção de uma alternativa a este rumo para o desastre.

Caminho para o desastre que está a ter fortíssimas repercussões também em Leiria com o alastramento do desemprego, a ruína da agricultura familiar, a destruição de micro, pequenas e médias empresas de todos os setores, o definhamento do comércio tradicional e do centro da cidade e a hecatombe na construção civil.

 
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A ofensiva contra as freguesias, centrada agora na extinção de muitas delas e na criação de novas por agregação de territórios à revelia da vontade e do interesse das populações, que o Governo PSD/CDS teima em prosseguir, é uma componente da política de direita, centralista e autoritária, conduzida por gente que odeia e quer destruir o poder local democrático saído do 25 de Abril, gente que quer afastar tanto quanto possível o povo das esferas de decisão política e da gestão dos seus destinos.

O mapa dado a conhecer para o concelho de Leiria, para além de ser um disparate, é um crime contra o concelho e as suas populações, que merece o repúdio geral e deve ter a oposição institucional de todos os órgãos do poder local existentes no concelho.

 
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A Comissão Concelhia de Leiria do PCP manifesta a sua total oposição à decisão do governo PSD/CDS de extinção de uma entidade de turismo específica para a região de Leiria e a separação de Leiria do seu território geográfico, económico e social de sempre. Tal medida, a concretizar-se, tornaria Leiria, também neste domínio, periférica e totalmente dependente da vontade dos poderosos de Coimbra e Aveiro, sem qualquer capacidade de defesa dos seus interesses.

Mais uma vez, a contra-reforma administrativa, agora na esfera do turismo, levada a cabo pelos partidos das políticas de direita – o PSD, o PS e o CDS-PP –, de natureza centralista e elitista, despreza Leiria e as suas populações.

Ao contrário do que afirmam, estas decisões não promovem qualquer poupança, ao invés, são, para além de iníquas, economicamente irracionais e visam apenas servir os interesses mais poderosos existentes no sector do turismo, impor uma divisão administrativa centralizada em pequenos terreiros do paço não eleitos, tornar um facto consumado uma divisão administrativa do território que amesquinha Leiria e as suas gentes, acarretando gravíssimos prejuízos para o turismo e a economia regionais.

A Comissão Concelhia de Leiria do PCP apela aos órgãos do poder local do concelho para que repudiem tais intenções e tudo façam para impedir a sua concretização.

Leiria, 15 de Novembro de 2012.
 

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