terça-feira, 19 março 2024

Posições Políticas

A Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP, face aos estragos provocados pelo temporal

A Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP, face aos estragos provocados pelo temporal de 18 e 19 Janeiro que atingiu várias zonas do distrito, contactou, conjuntamente com deputados do PCP na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, agricultores, empresários, direcções de colectividades, escolas e populações a fim de recolher testemunhos e conhecer a real dimensão dos estragos de molde a poder apresentar propostas adequadas às circunstâncias junto do governo, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu para que sejam rapidamente disponibilizados apoios para todos os afectados por esta intempérie.

A tempestade devastou produções agropecuárias e florestais, danificou fortemente a rede eléctrica e instalações de várias empresas industriais e comerciais, de associações, instituições de solidariedade e habitações e paralisou sistemas de abastecimento público de água e de telecomunicações fixas e móveis, nalguns casos durante mais de uma semana.

Pese embora já terem decorrido mais duas semanas, há problemas que persistem para uma parte significativa das populações, agricultores, produtores florestais e outros das áreas mais afectadas que, com prejuízos tremendos e em muitos casos vivendo já com dificuldades imensas, estão agora ainda mais fragilizados.

Face à falta de resposta da REN e da EDP, seis dias após o temporal, nos concelhos de Leiria e Pombal ainda estavam sem energia eléctrica escolas, centros de saúde, lares e centros de dia, estabelecimentos comerciais e industriais, farmácias, igrejas, correios, quartéis de bombeiros, bancos, restaurantes e milhares de habitações, atingindo 20 mil pessoas.

O inenarrável processo para restabelecimento do abastecimento da energia eléctrica demonstrou que com a privatização da EDP, apesar dos milhões de euros de lucro anuais, e a colocação da REN ao serviço dos monopólios da distribuição, as populações saíram a perder. Estas empresas hoje não servem as populações e a economia nacional antes estão direccionadas para canalizar rendimentos para os accionistas e os especuladores.

Várias sedes de freguesia tiveram sem electricidade e sem informação para responder às perguntas das populações.

Quando o governo PSD/CDS conduz o maior ataque de sempre ao poder local democrático, a tempestade provou que as freguesias, mesmo quando ficaram sem energia e comunicações, são instrumentos essenciais para a defesa dos interesses das populações e deveriam ser reforçadas na sua capacidade de intervenção, na sua dimensão democrática e de proximidade e não devem ser extintas. 

O papel e actuação dos Bombeiros Voluntários deixou claro, mais uma vez, a sua capacidade insubstituível na resposta a situações de emergência e socorro às populações. Neste sentido é importante inverter as opções políticas inaceitáveis dos últimos governos no que toca a reduções de apoios às corporações, alteração de regras de transporte de doentes e alterações legislativas desligadas da realidade que prejudicam a capacidade operacional das corporações e põem em causa a sua estabilidade económica e financeira.  

A DORLEI do PCP enaltece o papel das populações que responderam com muita determinação e espírito de solidariedade à necessidade de limpar, minimizar e reparar estragos diversos, nomeadamente em habitações, escolas, colectividades, instalações desportivas, vias impedidas e lixo espalhado em estradas, valetas e cursos de água. 

A DORLEI do PCP considera que a tempestade pôs a nu alguns problemas estruturais do distrito de Leiria, que tenderão a agravar-se caso as políticas do actual governo prossigam a sua ofensiva contra os trabalhadores, o poder local, o povo e o país.

O PCP através dos seus deputados na Assembleia da Republica e no Parlamento Europeu tudo fará para que sejam disponibilizadas medidas de apoio para a reabilitação das explorações agrícolas afectadas, incluindo estufas, e das redes hídrica e eléctrica destruídas, incluindo a realização de obras de consolidação das zonas envolventes indispensáveis à segurança das populações e o lançamento de medidas urgentes do governo de apoio a toda a região.

Leiria, 31 Janeiro 2013.

Imprimir Email