Aos trabalhadores do Bordalo Pinheiro
Este clima de desistência decorrendo dos factores acima mencionados (apesar de reais problemas que a indústria cerâmica particularmente a decorativa e utilitária atravessam) é alimentado por quem tem outros projectos para a empresa e o seu imobiliário.
No tempo actual na opinião do PCP, a cessação do contrato de trabalho só com a carta para o subsidio de desemprego e sem qualquer indemnização a que alguns trabalhadores estão a recorrer serve na integra os interesses da empresa.
Porquanto vê-se livre dos trabalhadores sem qualquer custo e atinge o seu objectivo de redução de efectivos. Vê-se livre daqueles cuja maioria foi durante anos o alicerce fundamental da empresa e que hoje se vêem colocados perante uma situação para a qual em nada contribuíram.
A situação é difícil, os níveis e condições de vida dos trabalhadores em resultado da política de direita do governo do PS degradaram-se e o grau de instabilidade e incerteza em relação ao futuro instalados na empresa são enormes.
Mas a Bordalo Pinheiro não é uma empresa qualquer, tem um vasto património e prestígio nacional e internacional.
O PCP acredita sinceramente que a empresa é viável, exigindo da administração a busca dinâmica de novos mercados e do governo medidas de excepção imediatas capazes de assegurarem a manutenção desta centenária empresa, do seu valioso património artístico de projecção internacional e os postos de trabalho.
O PCP apela aos trabalhadores para que em unidade resistam não cedendo a eventuais pressões.
O caminho é lutar
Em defesa dos postos de trabalho, da empresa e do pagamento dos salários a tempo e horas.
O direito ao trabalho é um direito inalienável, não se vende e não se compra defende-se.
O PCP apela aos poderes públicos locais designadamente à Câmara Municipal e Assembleia Municipal para assumirem uma posição que ao invés de facilitar o caminho progressivo de destruição da empresa, o combatam unindo as suas forças a todos aqueles que vêem no desenvolvimento e modernização do aparelho produtivo nacional, nesta empresa e industria seculares o futuro.
O PCP considera urgente que o governo:
Desenvolva de imediato uma política de redução dos custos energéticos à indústria, promovendo ou apoiando em simultâneo a criação de condições paritárias com os nossos parceiros europeus, particularmente nos domínios da energia e dos combustíveis;
Promova uma política a partir do banco público como é o caso da CGD, de redução das taxas de juro às actividades industriais designadamente àquelas empresas (como a Bordalo Pinheiro) cuja área industrial vive da exportações e são altamente penalizadas pela suicida política de revalorização do euro e pelas altas taxas de juro;
Promova uma política de defesa e valorização da indústria, assegurando uma discriminação positiva das pequenas e médias empresas (como a Bordalo Pinheiro) na distribuição de fundos nacionais e comunitários, exercendo o respectivo controlo na sua aplicação;
Promova uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores, aproveitando a experiência, conhecimento e arte adquirida ao longo de muitas gerações que têm prestigiado o país no plano internacional.
19 Abril de 2008
A Comissão Concelhia do PCP das Caldas da Rainha