quinta-feira, 21 novembro 2024

Trabalhadores

Aos trabalhadores do Bordalo Pinheiro

bordalo_pimheiro_peqPerante o quadro dramático de chegar ao final do mês e não ter dinheiro para pagar as contas e sustentar-se a si e aos seus filhos os trabalhadores são empurrados para soluções de desistência que servem os interesses e a estratégia da administração.

Este clima de desistência decorrendo dos factores acima mencionados (apesar de reais problemas que a indústria cerâmica particularmente a decorativa e utilitária atravessam) é alimentado por quem tem outros projectos para a empresa e o seu imobiliário.

No tempo actual na opinião do PCP, a cessação do contrato de trabalho só com a carta para o subsidio de desemprego e sem qualquer indemnização a que alguns trabalhadores estão a recorrer serve na integra os interesses da empresa.

Porquanto vê-se livre dos trabalhadores sem qualquer custo e atinge o seu objectivo de redução de efectivos. Vê-se livre daqueles cuja maioria foi durante anos o alicerce fundamental da empresa e que hoje se vêem colocados perante uma situação para a qual em nada contribuíram.

A situação é difícil, os níveis e condições de vida dos trabalhadores em resultado da política de direita do governo do PS degradaram-se e o grau de instabilidade e incerteza em relação ao futuro instalados na empresa são enormes.

Mas a Bordalo Pinheiro não é uma empresa qualquer, tem um vasto património e prestígio nacional e internacional.

O PCP acredita sinceramente que a empresa é viável, exigindo da administração a busca dinâmica de novos mercados e do governo medidas de excepção imediatas capazes de assegurarem a manutenção desta centenária empresa, do seu valioso património artístico de projecção internacional e os postos de trabalho.

O PCP apela aos trabalhadores para que em unidade resistam não cedendo a eventuais pressões.

 O caminho é lutar

Em defesa dos postos de trabalho, da empresa e do pagamento dos salários a tempo e horas.

O direito ao trabalho é um direito inalienável, não se vende e não se compra defende-se.

O PCP apela aos poderes públicos locais designadamente à Câmara Municipal e Assembleia Municipal para assumirem uma posição que ao invés de facilitar o caminho progressivo de destruição da empresa, o combatam unindo as suas forças a todos aqueles que vêem no desenvolvimento e modernização do aparelho produtivo nacional, nesta empresa e industria seculares o futuro.

O PCP considera urgente que o governo:

Desenvolva de imediato uma política de redução dos custos energéticos à indústria, promovendo ou apoiando em simultâneo a criação de condições paritárias com os nossos parceiros europeus, particularmente nos domínios da energia e dos combustíveis;

Promova uma política a partir do banco público como é o caso da CGD, de redução das taxas de juro às actividades industriais designadamente àquelas empresas (como a Bordalo Pinheiro) cuja área industrial vive da exportações e são altamente penalizadas pela suicida política de revalorização do euro e pelas altas taxas de juro;

Promova uma política de defesa e valorização da indústria, assegurando uma discriminação positiva das pequenas e médias empresas (como a Bordalo Pinheiro) na distribuição de fundos nacionais e comunitários, exercendo o respectivo controlo na sua aplicação;

Promova uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores, aproveitando a experiência, conhecimento e arte adquirida ao longo de muitas gerações que têm prestigiado o país no plano internacional.


19 Abril de 2008

A Comissão Concelhia do PCP das Caldas da Rainha

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