quinta-feira, 21 novembro 2024

Jornada heroica

1833pg1b-mgrandeÀ classe operária, aos trabalhadores, ao povo da Marinha Grande 

Declaração política da Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP acerca do 75º aniversário da Greve Geral Revolucionária de  18 Janeiro de 1934 Setenta cinco anos depois, a jornada heróica do proletariado vidreiro da Marinha Grande permanece   como um marco importante na  luta abnegada e combativa dos trabalhadores portugueses pela liberdade e a democracia, contra a exploração, por uma vida digna e com direitos, e em defesa das suas organizações de classe.  

À classe operária, aos trabalhadores, ao povo da Marinha Grande Declaração política da Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP acerca do 75º aniversário da Greve Geral Revolucionária de  18 Janeiro de 1934 

Setenta cinco anos depois, a jornada heróica do proletariado vidreiro da Marinha Grande permanece   como um marco importante na  luta abnegada e combativa dos trabalhadores portugueses pela liberdade e a democracia, contra a exploração, por uma vida digna e com direitos, e em defesa das suas organizações de classe.

 

Há setenta cinco anos coube há classe operária da Marinha Grande, e em particular ao proletariado vidreiro, desempenhar o papel determinante nessa grande e corajosa jornada contra o fascismo.

 

O movimento do 18 de Janeiro de 1934, mostrou quão ilusória e falsa era a propaganda fascista de um Portugal pacificado e identificado há ditadura fascista.

 

Comemorando este importante  acontecimento histórico, a Direcção Regional de Leiria do PCP salienta o destacado papel que a organização comunista na Marinha Grande, desempenhou na preparação, direcção e realização deste generoso acto revolucionário.

 

A vincada cultura e concentração operária, a experiência de luta adquirida ao longo de anos, a forte compreensão sobre o que o fascismo representava, a existência de uma forte  organização sindical e de uma organização local do PCP coesa e profundamente ligada aos trabalhadores, determinaram que os operários vidreiros e o povo  Marinhense ousassem tentar -  sob a direcção do Partido-  tomar nas suas mãos a construção de um futuro de progresso, paz e justiça social.

 

A classe operária, os trabalhadores e o povo da Marinha Grande declararam a constituição do “soviete”, e  ainda que  só por  algumas horas, foram donos dos seus destinos. Tal facto constitui uma experiência inolvidável na luta de resistência contra o fascismo que o povo português travou durante 48 anos.

 

É certo que o povo da Marinha Grande pagou com enormes sacrifícios tamanha audácia. Mais de uma centena  de entre os melhores filhos do povo desta terra  foram presos, torturados, exilados e alguns foram mesmo  assassinados pelo execrável regime fascista. É necessário lembrar que dos 152 presos políticos que foram inaugurar o Campo de Concentração do Tarrafal, - o Campo da Morte Lenta - 57 deles tinham participado no 18 de Janeiro e, destes vários operários eram Marinhenses.

 

Apesar da feroz repressão, a influência do Partido  na classe operária e no povo, o prosseguimento da acção sindical, o exemplo de firmeza, abnegação e de luta por um Portugal melhor criaram raízes profundas que perduram até hoje.

 

Como disse Álvaro Cunhal, a “ Marinha Grande é um nome escrito a ouro na história do movimento operário português. Melhor se pode dizer: escrito com lágrimas e sangue”. A

“Marinha Grande pode orgulhar-se de muitos combatentes de vanguarda que tem dado ao movimento operário. Pode orgulhar-se dos seus mártires e dos seus heróis”.

 

Saudando esses heróicos combatentes e todo o povo da Marinha Grande, a Direcção Regional de Leiria do PCP  releva o facto de, 75 anos decorridos, vários dos  objectivos que motivaram a Greve Geral Revolucionária em 18 de Janeiro de 1934 manterem grande actualidade.

 

Hoje, vive-se um tempo em que  sistema capitalista enfrenta uma das suas maiores crises, em que de novo o poder económico domina  o poder político, em  que a fome e a miséria alastram, um tempo em que se desenvolve um brutal ataque contra os direitos dos trabalhadores, os seus salários e pensões, em que se  que agrava a exploração, em o desemprego atinge números preocupantes e tudo fazem no plano político e legislativo para fragilizar o movimento sindical de classe

 

Mas vive-se igualmente um tempo de  alargamento da consciência de classe, da compreensão da unidade, da luta, da resistência dos trabalhadores e do povo, e do reforço do PCP. Estes são,  como há 75 anos atrás elementos centrais da luta pela ruptura com a política de direita e a criação de uma política alternativa e uma alternativa política, no caminho de uma Democracia Avançada no Limiar do Século XXI, do Socialismo e do Comunismo

  

Viva o 18 de Janeiro de 1934 !

Viva a classe operária, os trabalhadores e o povo da Marinha Grande !

A luta continua!

  

Janeiro de 2009

 

A Direcção Regional de Leiria do PCP

  

 

 

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