quinta-feira, 21 novembro 2024

Festa de Verão 2018 - Intervenção de André Martelo

Intervenção de André Martelo, Membro do Secretariado e do Executivo da Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP

 

Camaradas e amigos,

Saúdo em nome da Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP todos os presentes na nossa grande Festa de Verão e todos os camaradas e amigos, que com empenho e generosidade ergueram esta festa, em nova demonstração da iniciativa e capacidade do colectivo partidário e da nossa organização.

Grande colectivo partidário, homens e mulheres, que garantem no dia a dia uma intensa actividade e intervenção do nosso Partido. Exemplo disso foi a realização da décima Assembleia da Organização Regional de Leiria do PCP em Abril passado.

Assembleia construída num alargado processo preparatório que envolveu toda a organização, apontou linhas de trabalho e medidas de reforço orgânico, procedeu à análise da realidade da região e traçou orientações e as propostas dos comunistas deste distrito. Uma assembleia e uma organização ligada à vida e realidade dos trabalhadores e das populações.

Uma realidade onde, apesar das conquistas alcançadas pela luta e pela intervenção do Partido no quadro da actual fase da vida política nacional, persistem grandes dificuldades e problemas que exigem mais luta e a ruptura com a política de direita.

Nas empresas e locais de trabalho persistem ataques aos direitos dos trabalhadores, como a precariedade e os baixos salários que continuam a graçar em empresas do sector vidreiro como a Crisal na Marinha Grande, cerâmico como a SPAL em Alcobaça, nos moldes como a Novares em Leiria ou a Sheefler nas Caldas da Rainha ou na indústria conserveira como na ESIP.

Os trabalhadores da indústria e serviços do nosso Distrito sofrem ainda com as consequências dos ataques à contratação colectiva, da desregulação de horários e da repressão dentro das empresas, tal como os trabalhadores da pesca ou os trabalhadores agrícolas que vêem diariamente os seus direitos e rendimentos postos em causa.

Queremos por isso valorizar as lutas se têm desenvolvido em várias empresas e locais de trabalho do nosso Distrito, de que destacamos a recente e importante greve dos trabalhadores da Sumol + Compal em Pombal que saíram à rua em manifestação até à câmara municipal lutando pelos seus direitos ou a luta dos trabalhadores da Gallo Vidro com vitórias que valorizamos. Uma saudação também aos professores que também aqui no nosso Distrito prosseguem em unidade a luta contra a intransigência, arrogância e chantagem do Governo.

Este caudal de lutas em locais de trabalhos e sectores convergiu no grande 1º de Maio por todo o País, que também aqui no distrito, teve uma grande expressão de festa e de luta. Luta que prosseguiu com a participação no passado dia 9 na grandiosa manifestação nacional da CGTP em Lisboa, e que prosseguirá já no dia 6 de Julho onde estaremos novamente, em frente à Assembleia da República, para protestar contra o acordo entre o Governo, os patrões e a UGT e defender os direitos e rendimentos dos trabalhadores.

Luta que prosseguiremos em variados campos, como na defesa da Paz, contra o militarismo e as agressões imperialistas, numa grande manifestação contra NATO no próximo dia 9 de Julho em Lisboa, para a qual apelamos também à vossa participação.

Camaradas:

Na nossa X Assembleia Regional recenseamos muitos problemas sentidos pelas populações, nomeadamente no acesso à saúde como por exemplo no centro de saúde do Bombarral, da Marinha Grande ou no Hospital das Caldas; no acesso à educação com a falta de investimento e degradação das condições das Escolas; no encerramento de balcões da caixa geral de depósitos como nas Caldas e no Louriçal; ou ainda a degradação de outros serviços como os transportes públicos.

Exemplo gritante é o estado da Linha do Oeste, com sucessivas supressões de comboios e horários. A Linha do Oeste é uma via estruturante para o desenvolvimento do nosso Distrito e da região centro do País. Saudando a luta da Comissão em defesa da Linha e as populações que entregaram recentemente mais de 6 mil assinaturas na Assembleia da República, apelamos á participação de todos na manifestação marcada para o dia 26 de Julho em Lisboa em defesa da linha do Oeste, e afirmamos que este Partido nunca abdicará da luta pelo direito que temos a ter um serviço de transporte ferroviário eficaz, digno e acessível.

Luta que prossegue também noutras áreas, como a defesa do meio ambiente, nomeadamente pela despoluição do Rio Lis ou em defesa desta bela Lagoa de Óbidos e dos trabalhadores e populações que dela vivem. Saudamos os mariscadores aqui presentes e daqui afirmamos que podem contar com o PCP.

Tal como podem contar os agricultores e os compartes dos baldios ou todos aqueles que se estão a mobilizar em defesa do mundo rural.

Podem também contar com o PCP todos aqueles, artistas, associações e populações que se mobilizam em defesa da cultura e do património – de que são exemplo a luta contra os desmandos do Governo na atribuição de apoios às artes, contra a alienação de património cultural, como nas Caldas da Rainha, e também em defesa da memória histórica, luta que está a alcançar vitórias na defesa, requalificação e valorização do Forte de Peniche como espaço de memória, resistência e luta.

Camaradas:

No ano passado o nosso distrito foi duramente atingido pela tragédia dos incêndios, consequência de décadas de política de direita de desinvestimento no mundo rural, ficando expostas as vulnerabilidades estruturais do País e problemas de fundo do nosso distrito.

O PCP apresentou um conjunto de propostas de resposta e apoio imediatos, de melhoria do sistema de combate a incêndios, de prevenção e de ordenamento e cadastro florestal. Mas há uma outra questão para a qual o PCP chamou e chama a atenção há anos. Parte das causas de tão grande catástrofe reside nas assimetrias de desenvolvimento, no desinvestimento público, no desemprego, na destruição da agricultura familiar, na desertificação do interior do distrito e na emigração forçada. Há muito que defendemos um plano integrado de desenvolvimento do Distrito que harmonize o desenvolvimento, que invista em serviços públicos, que proteja e ordene a floresta, que estimule a fixação de populações, a produção agrícola e a criação de emprego, que melhore as vias de comunicação.

Foi com esse sentido que o PCP levou a cabo no passado dia 17 de Junho uma visita aos concelhos do Pinhal Interior Norte. Uma visita solidária, mas sobretudo uma visita para rasgar perspectivas e caminhos de futuro e desenvolvimento para aqueles concelhos.

Futuro e desenvolvimento que, mais do que bonitos e sonantes discursos de propaganda, exige medidas concretas. Exige investimento do Governo em meios financeiros e humanos e reais medidas de prevenção de incêndios, limpeza de matas e ordenamento florestal. Exige apoio aos bombeiros, defesa e investimento nos serviços públicos, apoio à agricultura, ao mundo rural a actividades produtivas ligadas à floresta. Futuro e desenvolvimento que coloca como necessidade uma ruptura com a política de direita e uma política alternativa patriótica e de esquerda, também na politica agrícola, florestal e de ordenamento do território.

Camaradas e amigos,

A nossa X Assembleia de Organização aprovou grandes desafios. Um deles é o reforço da organização do Partido no quadro da concretização das decisões do Comité Central de Janeiro deste ano. Aí estão os grandes desafios de recrutar mais camaradas para o nosso Partido, de responsabilizar mais camaradas pelas muitas tarefas que temos, de estruturar melhor o partido e de melhorar o nosso trabalho colectivo. Sermos mais, mais fortes e melhor organizados é a grande tarefa em que já estamos a trabalhar, de modo a que possamos fazer mais e melhor pelos trabalhadores e o povo do nosso Distrito.

Aí está a entrega do novo cartão do Partido. Uma tarefa de todos que permite conhecer melhor a organização que temos e elevar a militância dos membros do Partido, porque é da militância que vive o Partido e o contributo de cada um, singelo que seja, é o que faz deste Partido o grande e generoso colectivo que é.

E para continuar a ser o Partido dos trabalhadores e da classe operária há uma prioridade que tem de se reforçar ainda mais no nosso trabalho diário: a de reforçar a organização do Partido nas empresas e locais de trabalho do nosso Distrito. É nesta dinâmica que se insere a acção nacional lançada de contactos com trabalhadores, com o objectivo de os trazer ao nosso Partido, e que no nosso distrito nos coloca a tarefa de contactar com 300 trabalhadores. Esta é uma prioridade do nosso trabalho, para a qual cada um de nós pode dar um contributo real levantando nomes e concretizando contactos.

Temos ainda que cuidar da propaganda, da imprensa partidária, da formação ideológica, dos fundos e de tantas outras coisas. E dar resposta a isto tudo será mais fácil se formos mais, por isso termino com dois apelos:

-        O primeiro é de que temos muito para fazer para erguer a nossa Festa do Avante, na divulgação, na venda da EP, na construção e preparação. Que ninguém falte à Festa de Abril, da liberdade, da juventude e da esperança num Portugal com Futuro.

-        O segundo apelo é dirigido aos muitos amigos que aqui estão hoje connosco: adiram ao Partido Comunista Português, o Partido de Abril, da liberdade, da democracia, do socialismo. O partido da luta pelos interesses dos trabalhadores e do povo e por um futuro de progresso e justiça para Portugal!

            Esta nossa Festa transmite confiança na nossa luta e no nosso PCP. Um Partido que quanto mais forte e influente for mais poderá avançar na exaltante causa, projecto e objectivo porque lutamos – a de construir uma democracia avançada vinculada aos valores de Abril, etapa e elemento da luta pelo socialismo e o comunismo.

Viva a Festa de Verão

Viva a JCP

Viva o Partido Comunista Português

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