quinta-feira, 21 novembro 2024

Posições Políticas

Saudação à luta do proletariado vidreiro

DIRECÇÃO DA ORGANIZAÇÃO REGIONAL DE LEIRIA

Saudação à luta do proletariado vidreiro e de todos os trabalhadores que participaram na Jornada heróica de 18 de Janeiro de 1934 e a todos os que hoje continuam a luta por uma vida melhor.

A Jornada heróica de 18 de Janeiro de 1934 é um momento marcante na vida do movimento operário da Marinha Grande e do país. Naquele tempo Portugal vivia sob uma terrível ditadura fascista, que o nosso povo jamais esquecerá. Uma ditadura terrorista dos monopólios (associados ao imperialismo) e dos latifundiários, que subjugou e oprimiu duramente o povo português ao longo de 48 anos.

Durante o tempo da ditadura fascista em Portugal o nosso povo viveu no mais profundo obscurantismo, vivia mergulhado numa fortíssima opressão, enrentando a repressão, onde as liberdades eram esmagadas, os trabalhadores, as mulheres e a juventude eram marginalizados da vida políticas e os seus direitos limitados. O fascismo era miséria, fome, trabalho infantil, guerra, ódio, degradantes condições de vida, de saúde e de habitação, de segregacionismo cultural, elitismo, analfabetismo, ensino reservado para uns poucos, salários de miséria, subordinação dos interesses do país e do povo aos interesses de uma minoria.

Era um tempo em que o movimento operário em Portugal passava por uma fase de grande reorganização, de reforço da sua organização, unidade e acção reivindicativa. Nesse período travaram-se importantes lutas em todo o país, pela melhoria das condições de vida e de trabalho e contra a fascização dos sindicatos. Na Greve Geral do 18 de janeiro participaram mais de 6000 trabalhadores em todo o país, mas foi na Marinha Grande que esta teve maior expressão.

O 18 de Janeiro de 1934 constituiu também um grande ensinamento para todo o movimento operário em Portugal. Os revolucionários do 18 de Janeiro foram derrotados num combate em que a heroicidade e a coragem não bastava para vencer a enorme desigualdades de forças. A reacção do governo salazarista à greve do 18 de Janeiro, e em particular na Marinha Grande, foi de grande violência e arbitrariedade.

O povo da Marinha Grande pagou com enormes sacrifícios tamanha audácia. Mais de uma centena de entre os melhores filhos do povo desta terra foram presos, torturados, exilados e alguns foram mesmo assassinados pelo execrável regime fascista. É necessário lembrar que dos 152 presos políticos que foram inaugurar o Campo de Concentração do Tarrafal – o Campo da Morte Lenta – 57 deles tinham participado no 18 de Janeiro e, destes, vários operários eram marinhenses.

Como disse Álvaro Cunhal, a “Marinha Grande é um nome escrito a ouro na história do movimento operário português. Melhor se pode dizer: escrito com lágrimas e sangue. A Marinha Grande “pode orgulhar-se de muitos combatentes de vanguarda que tem dado ao movimento operário. Pode orgulhar-se dos seus mártires e dos seus heróis”.

Apesar da feroz repressão, a influência do Partido na classe operária e no povo, o prosseguimento da acção sindical, o exemplo de firmeza, abnegação e de luta por um Portugal melhor criaram raízes profundas que perduram até hoje.

No ano em que se comemoram os 45 anos da Revolução do 25 de Abril, assume particular importância homenagear e saudar os revolucionários do 18 de Janeiro. Porque comemorar o 18 de Janeiro é lembrar que o fascismo existiu e que houve quem resistisse nas mais dificeis condições. É combater todas as tentativas do seu branqueamento e enaltecimento pela classe dominante, é defender com todas as forças as grandes realizações da Revolução de Abril e os seus valores.

Comemorar os 85 anos do 18 de Janeiro é saudar a luta de todos os operários e trabalhadores que hoje nas suas empresas e locais de trabalho defendem os seus direitos, lutam por melhores condições de vida e de trabalho, das suas organizações de classe, os sindicatos, de todos os que lutaram contra o Governo do PSD/CDS e contribuíram para a sua derrota.

Comemorar e saudar os revolucionários do 18 de Janeiro é afirmar que hoje o tempo é de avanços, na reposição e conquista de rendimentos e direitos. É afirmar que os operários vidreiros e os trabalhadores de hoje não querem voltar para trás, querem avançar, andar para frente, construir um país melhor. É homenagear a corajosa e persistente luta dos trabalhadores e do povo português contra a política direita, pela construção da Alternativa Patriótica e de Esquerda em Portugal e de uma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, exaltante projecto e objectivo, etapa da luta pela construção de uma sociedade Socialista. A luta continua!

14 de Janeiro de 2019

Secretariado da DORLEI

Imprimir Email