Temos vindo nos últimos anos (seguramente desde 2005), a alertar para a crise que a indústria cerâmica vem atravessando, particularmente nas Caldas da Rainha, onde várias empresas encerraram e outras vivem situação difícil e o desemprego atinge níveis preocupantes.Esta é uma situação grave que ao PCP, como partido da classe operária e dos trabalhadores, preocupa e para a qual cumpre alertar. Ocultar a realidade que atinge as duas maiores empresas do sector no concelho, a Secla e a Bordalo Pinheiro seria uma atitude pouco responsável e que os trabalhadores certamente não perdoariam.Deste estado de coisas ninguém pode responsabilizar os seus trabalhadores, já que são eles as principais vítimas de más gestões e das políticas nacionais de direita, seguidas pelos sucessivos governos do PSD, PP e PS.-salários pagos com atraso e por sorteio;-não pagamento de horas extraordinárias ;-não pagamento de diuturnidades ;-fim do complemento de doença e de reforma ;-incentivo à rescisão dos trabalhadores mais antigos ;-repressão dos trabalhadores que protestamsão situações com que os trabalhadores se confrontamComo se não fosse o suficiente, aparece agora o patronato com um “contrato”, assinado entre as associações empresariais do sector e um pseudo-sindicato, pretendendo levar à eliminação de quase todos os direitos conquistados em décadas de luta .Este é, sem dúvida, um “contrato” feito à medida dos patrões .É necessário dizer não a mais esta manobra do patronato e seus amigos e defender o cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho em vigor.Sabemos que esta crise de proporções alarmantes tem várias origens:-os governos que nunca se preocuparam em defender e modernizar o nosso aparelho produtivo, principalmente em sectores tão importantes para a nossa economia como a cerâmica;-a nossa adesão à moeda única e a cegueira do cumprimento do défice, com o aumento constante dos impostos e dos factores de produção, criando cada vez maiores desigualdades em termos competitivos às indústrias de exportação, como é o caso particular da cerâmica;-a fraca aposta na formação profissional e uma política de baixos salários, de trabalho precário e sem direitos, que afecta a qualidade dos nossos produtos.A unidade e a luta são o caminho para defender os direitos e as conquistas dos trabalhadores e também assim contribuir para a defesa do sector cerâmico no concelho das Caldas da Rainha.A Comissão Concelhia de Caldas da Rainha do PCP tudo tem feito e fará para a defesa dos interesses dos trabalhadores da cerâmica, quer na Assembleia Municipal, junto da Assembleia da República e do Parlamento Europeu, nas empresas e na rua.O PCP está, como sempre tem estado, disponível para ajudar a encontrar soluções para esta crise e com esse objectivo vai promover no próximo dia 17 de Novembro (sábado), pelas 15 horas, no Museu do Ciclismo, um encontro com trabalhadores da cerâmica no qual participará o deputado da Assembleia da República Bruno Dias.